Ilustração: Gina Wetzel
Mas ainda dói pensar no teu sorriso, cujas fases eu conheço de cor, esperando ansiosamente por outro alguém. Vestido branco. Nesse momento sei que escutarei a marcha fúnebre. Sei que vou chorar as lágrimas que segurei por todos esses anos. Sei que cada passo ao teu encontro será sentido no meu coração.
Essa morte lenta e dolorosa não será esquecida. Começou discreta, um leve incomodo no estômago. Imagens distorcidas. Evoluiu para uma bulimia nojenta e incurável. A verdade nua e crua é essa: O nosso amor morreu de inanição.
Eu queria poder te vomitar inteiro, mesmo, da cabeça aos pés. Para que não me sobre nenhum vestígio teu que te faça ressurgir como um câncer maligno.
Monique Burigo Marin
5 comentários on "Inanição"
Sementes e Cinzas
Sei que agora chora
não fui eu
não te mereço
vou a varanda e respiro o cheiro da sua boca
que agora pertence ao cigarro
e sua língua,antes minha, só consegue dizer:
"puto,boludo,maldito,te mato por todo
por que sé que sufro por nadie"
minha argentina,
deixa eu ser outra vez
ser o alguém do seu sexo
o prazer do seu sorriso
menti porque minto
tenho que ser fraco para ser forte
não me perdoe por isso
aliás,não me desculpe
torture-me
faça-me sentir raiva de te amar
mas não deixe de me amar.
essas palavras crescem como espinho em rosa
vou à sua casa ontem
em sonho nos amamos
em realidade ainda não sei se quer me ver
As pétalas caíram
os espinhos ficaram
o maço está no fim
a última guimba está na sua mão
Será que posso jogar minhas sementes em suas cinzas?
Por tudo para fora é o melhor remédio.
Esse seu texto remete a um meu "Sobre tampas e ralos" que postei no meu blog já faz alguns meses.
E o melhor é abrir a tampa desse ralo e deixar, o que puder ser escorrido, ir embora. E o que sobrar, criar coragem para lidar com vômitos.
não tenho palavras depois de ler o comentário a cima, disse tudo.
Parabéns, gostei do blog. Beijos
nhaiii.. que legal aqui em .. da onde surgiu o nome do blog/
muito bom seu blog, que fofo. um grande abraço.
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