
Há nessa mistura de cores dos teus olhos uma poça de maré onde gosto de brincar. Esse habitat é tão seguro! Dispenso guelras, escamas, cilindro e escafandro. A correnteza não me afeta. Aceita-me do jeito que sou. Nadando cachorrinho ou com bóias de golfinho.
Essa poça que ilumina o teu rosto muda de cor de acordo com o que está sendo refletido. E pode ter as cores mais coloridas, dignas de sonhos infantis. Mas também pode ser profunda e fria e dura e escura como o céu antes da chuva. Intransponível.
Não analise com olhos clínicos essas minhas palavras. Eu não sei escrever artigos científicos. E o que sei só pode ser compreendido com a imaginação. Sei também que você lembra-se de todos os medos que inventei só para dormir segura nas tuas mãos.
A tua presença é calmaria. É som de ondas quebrando no mar. É brisa secando as lágrimas teimosas.
Nessas minhas brincadeiras, tomo cuidado. Só toco com o coração, pois as mãos também ferem e sufocam. As tuas águas são perenes como o meu amor por ti. E todo o carinho que eu possa oferecer ainda será pouco.
Feliz aniversário, minha irmã.
Monique Burigo Marin
4 comentários on "A Moça e a Poça"
Achei linda essa declaração de amor a sua irmã. Sei bem como é esse sentimento pois também muito minha amor. Longe ou perto, ela sempre está comigo.
E mais uma coisa, amei esse trecho: ``A tua presença é calmaria. É som de ondas quebrando no mar``
Mais belo ainda que o texto, só poderia ser o próprio amor cultivado entre vocês duas. (l)
Que mistura sensacional! Belíssima homenagem. Parabéns pela criatividade e sensibilidade em transformar afetos em palavras. Tem de Apolo a Dionísio aí...
lindo, lindo.
homenagem?
tributo belo e rico,
não sei porque me surpreende essa criatividade...
você sempre sabe inovar ;D
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