Essa garota pensa que me conhece. Um dia ela tropeçou nos próprios pés e eu a segurei, nos tornamos amigas imediatamente.
Ela é tão encantadora que atrai todos os olhares para si, estes a transpassam como se não fosse mais do que um espectro, e enxergam através dela... Os corpos atrás dela. Nunca, nunca dentro dela.
Essa garota ri como se a vida fosse uma piada repisada que no entanto nunca perde a graça. Mas eu sei, há sempre algo se revirando incomodamente em seu estômago. Um gato, afofando a almofada que nunca fica fofa o bastante, porque no fundo ele quer mesmo é um novelo de lã para enroscar-se todo e não ter mais escapatória.
Nunca sabe explicar o motivo que a faz sentir tanta paz em momentos de guerra quando uma criança sorri, nem a serenidade que sente quando ouve o barulho das ondas quebrando no mar, nem o que lhe invade quando sente cheiro de baunilha e recebe beijos com gosto doce de hortelã. Não precisa de motivos... é só.
Quando a alegria se instala ela abre e fecha mãos e olhos simultaneamente, querendo pegar e guardar cada milésimo, perpetuamente. Há outro truque que ela usa para guardar e recordar os bons momentos, mas esse ela não revela, é segredo deles.
Sente impulsos de abraçar bem apertado, de afagar os cabelos bagunçados na cabeça daquele garoto que sempre a faz sorrir. Ele é como óleo, desenferruja os músculos da face. Mas ela se contém... Sempre se contém, é o maior defeito dela.
Vez ou outra ela se cala, jura para si mesma que não falará, e não fala. Então o medo cresce, mas ela está decida a vencê-lo. Conta os dedos das mãos trêmulas sempre começando da direita para a esquerda, depois para. O coração se aquieta, o medo se torna covarde e foge dela. O medo tem mais medo dela do que ela tem medo do medo. Patético.
E nesses dias em que absolutamente tudo é silêncio, ela responde em pensamento – tola – eles não a podem ouvir. Partem sem saber. E ela pensa – adeus.
Essa garota é tão parecida comigo que às vezes não sei quem de nós é ela.
ps: os comentários estão logo abaixo do título :)
Ela é tão encantadora que atrai todos os olhares para si, estes a transpassam como se não fosse mais do que um espectro, e enxergam através dela... Os corpos atrás dela. Nunca, nunca dentro dela.
Essa garota ri como se a vida fosse uma piada repisada que no entanto nunca perde a graça. Mas eu sei, há sempre algo se revirando incomodamente em seu estômago. Um gato, afofando a almofada que nunca fica fofa o bastante, porque no fundo ele quer mesmo é um novelo de lã para enroscar-se todo e não ter mais escapatória.
Nunca sabe explicar o motivo que a faz sentir tanta paz em momentos de guerra quando uma criança sorri, nem a serenidade que sente quando ouve o barulho das ondas quebrando no mar, nem o que lhe invade quando sente cheiro de baunilha e recebe beijos com gosto doce de hortelã. Não precisa de motivos... é só.
Quando a alegria se instala ela abre e fecha mãos e olhos simultaneamente, querendo pegar e guardar cada milésimo, perpetuamente. Há outro truque que ela usa para guardar e recordar os bons momentos, mas esse ela não revela, é segredo deles.
Sente impulsos de abraçar bem apertado, de afagar os cabelos bagunçados na cabeça daquele garoto que sempre a faz sorrir. Ele é como óleo, desenferruja os músculos da face. Mas ela se contém... Sempre se contém, é o maior defeito dela.
Vez ou outra ela se cala, jura para si mesma que não falará, e não fala. Então o medo cresce, mas ela está decida a vencê-lo. Conta os dedos das mãos trêmulas sempre começando da direita para a esquerda, depois para. O coração se aquieta, o medo se torna covarde e foge dela. O medo tem mais medo dela do que ela tem medo do medo. Patético.
E nesses dias em que absolutamente tudo é silêncio, ela responde em pensamento – tola – eles não a podem ouvir. Partem sem saber. E ela pensa – adeus.
Essa garota é tão parecida comigo que às vezes não sei quem de nós é ela.
Monique.
ps: os comentários estão logo abaixo do título :)
9 comentários on "A Confusão de Nós"
Monique, achei seu blog muito fofo e muito inteligente :)
Gostei e sou uma nova seguidora!
Parabéns pelo blog, muito fofo ;)
Que lindo, Monique.
Mas fiquei confusa se você está falando de você mesma ou não.
Mas não vou palpitar.
^^'
Beijos.
Talvez você seja ela, e ela seja você.
Quem sabe?
Quem sabe uma não é apenas parte da outra, é vice versa?
www.conto-um-conto.blogspot.com
mozinha, tem um selo para você no meu blog. haha!
Primeiramente queria dizer que achei teu blog LINDO!!!
quanto ao texto...
"Vez ou outra ela se cala, jura para si mesma que não falará, e não fala."
Tenho muito dessa menina em minhas características...
no meu caso eu calo quando deveria falar, e falo quando deveria calar!
...
adorei, bjs
Talvez e só talvez, vocês se misturem. Se completem, e outras vezes são diferentes. Diferentes o suficiente para se tornarem iguais e se confundirem. Belo texto !
Muito Sucesso ao seu blog!
Abraços
:D
http://antoniopimenta.blogspot.com/
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