O cenário é cinza e só. Até que uma garotinha aparece na cena – o cabelo rebelde, os olhos brilhantes, a boca cheia de açúcar, nas mãos um pacote de jujubas.
Ela imagina a rua e a rua aparece. Trás com ela a faixa de pedestres, dois carros coloridos que parecem de brinquedo, casinhas que parecem de bonecas e um desafio. – chegar ao outro lado. Ela nunca foi desafiada. A imagem congela, ela quer pensar. E Pensa, pensa e pensa... Não sabe como começar.
A imagem descongela sem que ela ordene. Alguém está falando, alguém está falando com ela. É um garoto de olhos cor de anis. Ele a fez uma pergunta, mas ela não ouviu. Ele repete pacientemente:
- Você quer ajuda para atravessar? – Ela faz que sim com a cabeça, ele a pega pela mão. As bochechas dela ganham cor, as pernas dela ganham vida. Direita, esquerda, direita, esquerda, dir... Terra firme. As mãos se soltam.
- Estou acostumado, sabe, a atravessar ruas. Você pega o jeito com o tempo. - diz ele.
- Obrigada... Quer uma jujuba? – ela lhe oferece o pacotinho.
- Posso pegar uma amarela?
- É claro que sim, as amarelas são minhas prediletas.
- Por que as quer compartilhar comigo então?
- Você vai entender depois que comer uma.
Ele havia aprendido que é arriscado aceitar guloseimas de estranhos. Mas soube sem saber como sabia que ela não lhe faria mal. Comeu. Houve uma explosão repentina... Alegria. Ele estava certo, ela estava certa também. Ele entendeu.
Ela deu uma risadinha abafada e surpreendeu-se logo depois. O cenário mudou completamente. Olá, outro planeta. Era a vez dele de imaginar. Imaginou um planeta pequeno, mas suficientemente grande para os dois. Fora de foco havia uma rosa protegida de sabe-se lá o que por uma redoma. Um pão de mel fosforescente nascia no horizonte, provavelmente era equivalente ao sol na Terra. Ela havia perdido o controle. Impedida como estava de imaginar, só observou...
Muito tempo se passou... Infinitos segundos de felicidade. Até que precisaram se despedir.
De volta à Terra, o sol estava se pondo por conta própria. Os pés tocaram a grama, os ventos da mudança sopraram sobre os dois. Observaram suas sombras: elas ainda estavam de mãos dadas.
Assim como jujubas amarelas ele lhe traz alegria. Às vezes a alegria é tanta que chega a doer. Precisa ser compartilhada. Já.
Ela imagina a rua e a rua aparece. Trás com ela a faixa de pedestres, dois carros coloridos que parecem de brinquedo, casinhas que parecem de bonecas e um desafio. – chegar ao outro lado. Ela nunca foi desafiada. A imagem congela, ela quer pensar. E Pensa, pensa e pensa... Não sabe como começar.
A imagem descongela sem que ela ordene. Alguém está falando, alguém está falando com ela. É um garoto de olhos cor de anis. Ele a fez uma pergunta, mas ela não ouviu. Ele repete pacientemente:
- Você quer ajuda para atravessar? – Ela faz que sim com a cabeça, ele a pega pela mão. As bochechas dela ganham cor, as pernas dela ganham vida. Direita, esquerda, direita, esquerda, dir... Terra firme. As mãos se soltam.
- Estou acostumado, sabe, a atravessar ruas. Você pega o jeito com o tempo. - diz ele.
- Obrigada... Quer uma jujuba? – ela lhe oferece o pacotinho.
- Posso pegar uma amarela?
- É claro que sim, as amarelas são minhas prediletas.
- Por que as quer compartilhar comigo então?
- Você vai entender depois que comer uma.
Ele havia aprendido que é arriscado aceitar guloseimas de estranhos. Mas soube sem saber como sabia que ela não lhe faria mal. Comeu. Houve uma explosão repentina... Alegria. Ele estava certo, ela estava certa também. Ele entendeu.
Ela deu uma risadinha abafada e surpreendeu-se logo depois. O cenário mudou completamente. Olá, outro planeta. Era a vez dele de imaginar. Imaginou um planeta pequeno, mas suficientemente grande para os dois. Fora de foco havia uma rosa protegida de sabe-se lá o que por uma redoma. Um pão de mel fosforescente nascia no horizonte, provavelmente era equivalente ao sol na Terra. Ela havia perdido o controle. Impedida como estava de imaginar, só observou...
Muito tempo se passou... Infinitos segundos de felicidade. Até que precisaram se despedir.
De volta à Terra, o sol estava se pondo por conta própria. Os pés tocaram a grama, os ventos da mudança sopraram sobre os dois. Observaram suas sombras: elas ainda estavam de mãos dadas.
Assim como jujubas amarelas ele lhe traz alegria. Às vezes a alegria é tanta que chega a doer. Precisa ser compartilhada. Já.
Monique.