Eu estive pensando em falar com você, mesmo que fosse sobre o tempo. Aliás, você nem imagina a instabilidade do tempo aqui, bem aqui, dentro e fora de mim.
Eu deveria ter construído um mundo mais frágil, sem amortecedores para abalos sísmicos, abrigos contra furacão, e alarmes que anunciassem o perigo se aproximando. Eu lembrei dos guardas, dos portões, dos muros, e até dos cadeados e cercas elétricas. Mas, eu esqueci de me proteger contra a solidão, eu esqueci de abrir os portões de vez em quando, de dar férias aos guardas, de pular o muro. Eu esqueci de estabelecer contato com o mundo exterior, e esqueci de convidá-los a conhecer o meu. Quero esquecer do que esqueci.
Já não suporto suportar essa proximidade que nos distância. E eu não vou me adaptar a estar distante, por mais que eu estude a natureza de um camaleão ela nunca será a minha. E a minha natureza está cheia de flores secas e ervas daninhas, grama morta e barro ressecado, nada de cores exuberantes, nada de chuvas refrescantes; nunca mais.
Só há a vida latente e por natureza temporária. Essa condição temporária para tudo é o que me enfraquece, sufoca, entristece. O tempo é curto demais, e minhas pretensões são colossais. Estou à deriva no oceano, em um barco furado, prestes a naufragar.
E o mais ridículo de tudo, é que hoje - rodando, girando, rodopiando, contornando... Acompanhando a rotação do meu mundo – eu só queria um sorriso, um só. Eu só queria um abraço, só um. Mas eu estava sozinha atrás dos meus escudos.
Monique.
Eu deveria ter construído um mundo mais frágil, sem amortecedores para abalos sísmicos, abrigos contra furacão, e alarmes que anunciassem o perigo se aproximando. Eu lembrei dos guardas, dos portões, dos muros, e até dos cadeados e cercas elétricas. Mas, eu esqueci de me proteger contra a solidão, eu esqueci de abrir os portões de vez em quando, de dar férias aos guardas, de pular o muro. Eu esqueci de estabelecer contato com o mundo exterior, e esqueci de convidá-los a conhecer o meu. Quero esquecer do que esqueci.
Já não suporto suportar essa proximidade que nos distância. E eu não vou me adaptar a estar distante, por mais que eu estude a natureza de um camaleão ela nunca será a minha. E a minha natureza está cheia de flores secas e ervas daninhas, grama morta e barro ressecado, nada de cores exuberantes, nada de chuvas refrescantes; nunca mais.
Só há a vida latente e por natureza temporária. Essa condição temporária para tudo é o que me enfraquece, sufoca, entristece. O tempo é curto demais, e minhas pretensões são colossais. Estou à deriva no oceano, em um barco furado, prestes a naufragar.
E o mais ridículo de tudo, é que hoje - rodando, girando, rodopiando, contornando... Acompanhando a rotação do meu mundo – eu só queria um sorriso, um só. Eu só queria um abraço, só um. Mas eu estava sozinha atrás dos meus escudos.
Monique.
10 comentários on "E a natureza, muda?"
Hummm
Pow Monique, que baita texto esse aí!
o pior é que é verdade.. a gente se protege de todas as formas contra aquilo que pode nos machucar vindo de fora e esquecemos que muitas coisas de dentro, como a propria solidão podem nos enfraquecer e nos derrubar com uma intensidade bem maior... poxa, mto bom mesmo!
parabens de vdd!
nunca mais, é muito tempo.
e nunca, nunca será tarde para abrir os portões, demitir os seguranças, plantar margaridas e espalhar sorrisos.
É interessante como nos protegemos do que não conhecemos ainda. Não nos permitimos, essa é a palavra. Ainda bem que você se permite expressar coisas tão profundas e palavras, e nos permite ler seu texto. Você escreve muito, muito bem. Parabéns!
Brigada pela visita, Monique.
(:
Adorei seu blog, também.
Vou favoritá-la, posso?
Beijos :*
ah, que lindo tudo aqui :)
adorei...
obg pela visita, e parabens pelo blog :) tudo tao intenso!
Não sei se conseguiria definir solidão com tanta precisão. Parabéns pelo blog. :D
supimpa.
Poxa monique,muito leindo o post,alias é um assunto que eu sempre gosto mutio de falar,infelzimente estamos sempre nos protegendo demais,nos enchendo de escudos o tempo todo para termos a certeza que não seremos atingidos por nada,criamos barreiras o tempo todo e paredes enormes em volta de nós ,assim impedindo a passagem de pessoas em nossa vida,de oportunidades apenas por medo e pura insegurança,o medo de se entregar, o medo de se envolver, o medo de arriscar em algo,o medo do medo,o medo do desconhecido,nós mesmos nos inibimos ,não nos deixamos se permitir si mesmo.
E com todas essas proteções que nos fazemos acabamos nos distanciando e tornando pessoas isoladas,vazias e ao mesmo tempo aprisionados dentro de nossas próprias barreiras que criamos o tempo todo,e quando vamos ver o tempo passou e estamos ali da mesma maneira,perdendo as oportunidades e se distanciando de tudo e todos.
Já me senti assim muitas vezes e acho que todo mundo também,mas um dia pensei muito e disse pra mim mesma que nunca mais ia deixar as janelas e portas da minha casa trancadas, o melhor é ir a luta sem medo do que possa nos atingir,se algo nos atingir?a gente cai e se levanta depois,esse é o verdadeiro sentido da vida,se entregar sem medo e viver os momentos.
Belissimo post ,adoreiiiii.
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