Volte pra casa. Hoje tem bolo e
diz na previsão do tempo que vai chover. Eu vou te esperar pra gente assistir
um filme debaixo das cobertas enquanto o mundo desaba lá fora. A gente pode
dormir na sala, se você quiser. E eu posso te fazer carinho até a sua
consciência fechar os olhos.
Volte pra casa. Até a garrafa de
refrigerante está esperando por você. Prometo não implicar com os seus vícios e
manias. A gente pode cantar enquanto você dirige pra cá. E eu posso admitir que
o meu armário precisa da sua ajuda tanto quanto eu.
Volte pra casa. Eu li todos os
livros da minha estante. Fotografei todos os detalhes da cidade. Escrevi tudo o
que havia pra escrever. E já não há mais nada que eu queira fazer, a não ser te
ver chegar.
Monique Burigo Marin