Esperei, e não esperava inícios. O fim do horário de verão foi a única maneira que encontrei de voltar no tempo. Lá, nada mudou.
Monique.
Motivos
Ilustração: Kubcia
Para o avesso de mim.
Não preciso de motivos, embora agora eu saiba que os tenho aos montes. Quando você balança a cabeça assim, eu compreendo. Compreendo porque é tão simples e óbvio. Tão simples e tão óbvio quanto estalar os dedos. Eu compreendo, sem prestar muita atenção naquilo que compreendi, pois é exatamente o tipo de coisa que é um bilhão quinhentas e quarenta e quatro vezes mais fascinante quando não compreendemos. É por isso que dispenso os motivo e os porquês. É por isso que os escondo tão bem escondidos que nem eu mesma lembro onde escondi. Minha memória é um mecanismo seletivo e às vezes fica tão inundada com o azul dos teus olhos que acaba pifando. Mas aí você aparece no lado mais bonito do meu mundo, aquele que também é seu, e arranca a tampa que eu coloquei no ralo, então tudo fica claro e simples e óbvio outra vez. O ar deixa de parecer estranhamente líquido e eu não me afogo, pelo contrário, chego à superfície muito antes do que supus. Antes mesmo de tentar gritar por socorro. Antes até do medo. De tudo o que conheço, o teu amor é o único mais veloz e intenso. É o único que eu quero ter.
Monique.
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